segunda-feira, 20 de maio de 2019

Crítica à pedagogia: os problemas da educação brasileira



            Continuando minha exposição sobre os aspectos negativos da educação brasileira, que iniciei no artigo anterior e pretendo encerrar nesse, vamos acompanhar a sequência já iniciada no outro texto onde enumerei como primeiro ponto a pouca valorização que se tem da educação e do conhecimento na sociedade brasileira de uma maneira geral e, como segundo ponto, um certo fracasso não reconhecido das teorias pedagógicas vigentes nas Faculdades de Educação do país. Relembrando, são minhas opiniões e pontos de vista e, quando critico a pedagogia não pretendo atacar ideologicamente um pretenso domínio esquerdista/comunista nas universidades, estou, isto sim, fazendo uma crítica baseada nas minhas experiências práticas de quem buscou, como professor, por em prática teorias desconexas, descabidas e totalmente fora da realidade social brasileira e, por isso, impossíveis de serem executadas.
            Dando sequência então, vamos ao terceiro ponto, que, em certa medida, é desdobramento do segundo e também do primeiro ponto, trata-se da indisciplina reinante nos colégios de todos os níveis e até mesmo nas faculdades do país. Não existem, em grande parte, punições que sirvam como antídoto contra a indisciplina, a violência e a falta de respeito, seja entre alunos, seja entre alunos e professores, como solução, deixa-se tudo como está, afinal a escola deve administrar conflitos e não criá-los. Difícil agir, como professor, em um ambiente onde exigir o que quer que seja não tem amparo legal ou apoio de qualquer parte da sociedade, o professor está sempre errado. Este vazio de poder levou os radicais do atual governo a entenderem que toda escola deve ter um viés militarista, solução que acredito ineficaz, até porque seria impossível tal tarefa no Brasil, o que falta às escolas é respeito à hierarquia e a ordem, pois são fundamentais para o bom funcionamento destas instituições, pois não devemos esquecer que crianças e adolescentes são rebeldes e contestadores por natureza, então, esperar que eles cooperem com tudo de bom grado, como cordeirinhos domesticados, é querer muito além da natureza humana. Como quarto ponto coloco a baixa qualificação dos professores, principalmente da rede pública, que, por verem suas profissões relegadas a uma “segunda ordem” de relevância acabam não investindo (muitas vezes não tendo dinheiro para investir) no aperfeiçoamento profissional de boa qualidade. Outras vezes investem para apenas ouvirem mais do mesmo nos cursos de pós-graduação que, na maioria das vezes, apenas propaga as mesmas teorias pedagógicas batidas e surradas, que nunca funcionaram em parte alguma, mas que seguem sendo mantras nas faculdades de educação do Brasil. Por fim, é claro, o antigo problema dos baixos investimentos por parte dos governos na educação básica, seja em infraestrutura, seja na valorização salarial profissional, afinal, não basta dizer que o professor é “gente boa” e oferecer prêmios inócuos para tentar agradar, o que nós, professores, queremos é salário compatível com a nossa função de formadores de todas as outras e não honras ao mérito para pregar na parede da sala.
            Estes são, conforme minha vivência em sala de aula, os principais pontos que emperram o desenvolvimento da qualidade do ensino no Brasil, são fatores profundamente arraigados na cultura brasileira, muitas vezes relapsa e imediatista, onde a construção do conhecimento, como alicerce para uma vida melhor não tem importância, já que o que importa mesmo é apenas o agora, e o que me servirá amanhã, hoje, não tem valor algum. Mesmo sendo problemas bastante profundos na sociedade brasileira, é bom saber que não são insolúveis, e que a insistência constante nos processos de melhoria da aprendizagem e da convivência sadia e pacífica em sala de aula um dia surtirão o efeito esperado, por isso, não podemos fraquejar ou mesmo desistir, afinal, a educação é o principal pilar de qualquer sociedade moderna desenvolvida.

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