Síntese do texto "O que é cultura" do autor José Luiz dos Santos
Quando falamos em cultura, na maioria das vezes,
prevalece a ideia do senso comum, onde cultura seria algo como conhecimento,
erudição, e até mesmo bom gosto e boas maneiras. Na verdade, como podemos notar
com a leitura do texto O que é cultura
de autoria de José Luiz dos Santos é que o termo cultura é muito mais
abrangente e difícil de delimitar, abarcando todos os aspectos da vida humana
seus costumes e modos de dominar a natureza, ou seja, a produção de
conhecimento e materiais inerentes a vida humana. Vamos, então, a seguir,
verificarmos alguns dos aspectos mais importantes do supracitado livro e suas
considerações finais sobre a cultura.
Em um primeiro entendimento, podemos perceber que o autor
procura de forma bastante embasada derrubar conceitos e ideias de culturas
superiores ou inferiores, mais ricas ou pobres, desenvolvidas ou atrasadas,
demonstrando que essas ideias são exclusivamente feitas por quem esta vendo a
cultura do outro pelos olhos e com os conceitos da sua própria cultura, citando
o exemplo europeu, que a partir do século XIX, influenciados pelas ideias
evolucionistas, passam a ver a cultura pela mesma ótica, classificando-as como
evoluídas e eruditas (como a europeia) ou atrasadas e exóticas (como as dos
povos dominados por eles, europeus). Contestando veementemente estes conceitos
o autor nos diz que as culturas humanas não seguem um único e rígido esquema de
etapas, mas que cada cultura é o resultado de uma história humana particular e
que as culturas humanas são dinâmicas e estão em constante transformação, não
sendo estanques ou estáticas, como muitas vezes pensamos ser. Em seguida o
autor nos traz ideias gerais do que caracteriza uma cultura como educação,
construção de conhecimentos, formação escolar, manifestações artísticas, rádio,
televisão, cinema, teatro, cerimônias tradicionais, lendas e crenças de um
povo, além do modo de vestir, comidas típicas, idioma, resumindo, todos os
aspectos de uma realidade social e suas crenças e ideias.
Mais adiante, o livro em questão nos demonstra a
construção histórica do conceito moderno de cultura, usado primeiramente pelos
povos germânicos para definir a ideia de nação, já que nos séculos XVIII e XIX
os alemães não tinham uma unidade política, assim buscavam uma unidade
cultural, destacando conceitos comuns aos povos europeus de fala germânica,
para assim criar uma ideia de povo unido pela cultura, já que politicamente
eram fragmentados. Assim, a cultura terá algumas de suas ideias deturpadas para
que sirvam à construção de um nacionalismo que graceja não só pelos territórios
alemães, mas também por várias partes do solo europeu. Por fim, o texto nos
fala dos perigos de se tratar a cultura de forma genérica assim como de querer
se ater demais a pequenos detalhes, procurando identificar assim diferenças que
tornariam determinadas culturas únicas, outro erro conforme o autor, já que
para ele as culturas humanas têm suas particularidades, mas todas elas
partilham de processos históricos comuns e contém importantes semelhanças em
suas existências sociais, logo não podemos falar em culturas isoladas e únicas.
Por fim, considero ter compreendido do texto que o termo
cultura significa uma dimensão do processo social de uma sociedade dada, todos
os aspectos da vida social, de uma construção histórica e sua dimensão dos
processos sociais, além de ter no seu interior mais do que uma cultura, mas
várias, começando pela cultura popular e indo até a cultura erudita, enfim
podemos dizer que a informação mais valiosa do texto é a ideia de que a cultura
não pode ser facilmente explicada já que ela vai além de qualquer conceito
facilmente explicável.
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