O estudo, feito por profissionais do King's College London, analisou as habilidades cognitivas - capacidade de percepção, raciocínio e memória, por exemplo - de 23 mil pessoas, em amostras de 1946, 1958 e 1970.
O estudo foi feito com base em levantamentos de órgãos estatais britânicos com crianças dessas gerações anteriores, que foram novamente entrevistadas mais recentemente na vida adulta, durante sua idade produtiva.
No grupo de 1946, por exemplo, 47% dos britânicos pesquisados que tiraram licenças médicas de longo prazo (mais de 6 meses) tinham apresentado desempenho cognitivo inferior quando crianças. Em contrapartida, esse número caía para 13% entre o grupo com histórico de melhores habilidades cognitivas.
'Empregos inseguros'
Nos três grupos, diz a pesquisa, "a baixa habilidade cognitiva estava mais fortemente associada com licenças médicas de longo prazo. (...) O baixo desempenho educacional pode levar (o indivíduo a buscar) empregos mais inseguros ou manuais, que podem ser mais difíceis de serem mantidos no caso de uma incapacidade".
Mas a própria pesquisa ressalta que "o desempenho educacional não explica totalmente essa associação". E adverte que o resultado do estudo pode ser afetado pelas diferentes formas como a habilidade cognitiva infantil pode ter sido medida à época dos levantamentos originais.
Ao mesmo tempo, o estudo parte do princípio de que os fatores de riscos individuais - e não apenas ocupacionais - são pouco estudados quando se trata de licenças médicas tiradas pelos profissionais. E aponta que essas licenças, além de terem um elevado custo econômico para a sociedade, colocam indivíduos em posição de "pobreza e desvantagem social".
Sendo assim, os pesquisadores sugerem políticas que não foquem apenas em saúde ocupacional dos profissionais, mas também em treinamentos.
"Para as futuras gerações, equipar as crianças com as habilidades exigidas pelo mercado de trabalho mais flexível pode preveni-las contra o risco de licenças médicas longas."
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